DA BESTE OF

Este blog é um "Best Of" do que foi publicado originalmente no Citizen Zuko. (www.citizenzuko.bogs.sapo.pt)

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terça-feira, maio 30, 2006

A Guerra Do Fogo

A razão histórica e profunda da diferença entre nós e elas.

Há coisa de 20.000 anitos vivíamos em grutas. (Agora também, mas somos nós que as fazemos) em grupos familiares alargados assim como uma espécie de blogosfera, mas de carne e osso. Por falar em carne este era o alimento mais cobiçado ( É giro como há coisas que não mudam...) e como ainda não tínhamos inventado os talhos, era preciso ir caçar a dita carne.

Para isso lá íamos nós (GAJOS!) todos em grupo, sair de casa uma semana ou mais, a fazer de conta que era muito difícil apanhar um veado, mas aquilo era só para o pessoal curtir um bocado e falar dos últimos modelos de lanças e daquela gaja que é muita boa e da outra que é uma chata. Claro que o totó que falava da ideia dele da fazer uma roda levava logo um enxerto de porrada! Por isso é que ainda hoje nós gostamos de beber umas bejecas ao fim da tarde enquanto apreciamos as gazelas que passam. São coisas da natureza.

Elas lá ficavam na gruta e, para alem de tratar da criançada e apanhar frutos para alimentar a tribo, (que ás vezes quando o pessoal não estava para correr, tínhamos de voltar de mãos vazias e dizer que não havia caça e que o clima estava a mudar, etc, etc.) ficavam a falar umas com as a outras. Diziam mal de nós claro! Mas também umas as outras. É que ao fim de 3 ou 4 dias com os miúdos a chatearem e sem rapazinhos por perto para brincarem, o clima era pior que um Big Brother. Dai o sistemático corte na casaca, que ainda não tinha sido inventada.

Mas elas também tinham as suas compensações e não eram poucas. É que quem mandava eram elas! (Estão a ver como há coisas que não mudam...) À força de falarem tanto, inventaram a política e a religião e por isso quem punha e dispunha da gruta, quem decidia que os ossos de mamute ficavam melhor á direita e que umas hastes de alce á entrada é um must, eram elas.

Não admira que o pessoal tivesse de ir de férias (perdão: Ir caçar!) de vez em quanto só para puderem estar á vontade a fazer um concurso de arrotos, não tomar banho e decidir por si. Tão concentrados ficávamos nesta actividades mesmo macho, que não falávamos muito, o que também é útil para a casa. Por isso aprendemos a entender-nos sem grandes discursos.

Claro que havia sempre esse problema que era elas não nos ligarem se ficamos muito tempo fora e até nos trocarem por aquele tipo que é muito fraquinho para caçar, mas inventou umas cantigas para as levar á certa. Aos os homens diz que é para cantar os feitos de caça, não vá levar uma mocadas, mas o que ele quer é carne!

Ora um dia estava o pessoal farto de mudar os ossos de mamute de um lado para o outro, quando inventamos uma nova ocupação: A guerra!

Com esta coisa nova conseguimos que elas passassem a ter medo dos gajos das outras tribos e a dar-nos outra importância para alem de um misto de restaurante ao domicilio com serviços sexuais incluídos. Claro que dai até termos nós o controle absoluto da política, da religião e dos recursos foi um passo. Só foi necessário pintar o inimigos como muito maus e que nos vão atacar a todo o momento.

É que também naquele tempo o medo era uma arma muito poderosa.

Há coisas que não mudam, mesmo...

(Publicado originalmente a 11/04/2005)

terça-feira, maio 23, 2006

Parque Jurássico


Na sequência do post Febre de Sexta á Noite, foi-me pedido que continuasse a caracterização da fauna nocturna. Aqui está. Mas o problema é que hoje cheguei atrasado ao trabalho. Porquê? Bem, tudo começou ontem á noite...

Take One
1930H no meu Pujante Bogas, algures entre o Largo do Rato e Príncipe Real
Estava uma noite de verão! Olhei para o relógio para confirmar o dia: Era mesmo 17 de Março! E estava uma noite de verão! Até as arvores já cheiravam a verão! Agora podemos achar isto muito giro, mas temo que vamos pagar isto muito caro e teremos sorte se for só em dinheiro... Arranjei um lugar rapidamente e por isso não me atrasei.

Take Two
2000H a descer a Rua da Rosa

Que os portugueses são os que mais vivem á noite já se sabia desde esta quarta-feira, quando saiu a Focus. Que até a famosa “movida” madrilena é uma seca comparada com a noite portuguesa, já se suspeitava. Agora o choque com a realidade é brutal! Assim que entrei na Rua da Rosa esta estava completamente cheia de gente! Até pensei que era uma manifestação! E o que era impressionante era a media etária do pessoal. Tudo acima dos 60! À ganda malukos!
Apesar de muitos, como iam devagar, deu para os ultrapassar e não chegar atrasado ao jantar

Take Three
2030H Tertúlia do Loureto.
Este jantar é para fazer o balanço do evento que deu origem aos Ocean 11 e 12 (já leram? Não? Então vão lá e depois voltem!) Éramos só 6, mas bons! Só que fomos enganados! Então não é que mesmo ali ao lado havia uma festa de anos com umas 50 Barriguinhas! Não há direito! E nós para ali sozinhos, 6 tipos numa mesa redonda. Não que houvessem muitas mocinhas giras, mas as que havia eram muitas! As Barriguinhas são muito fáceis de reconhecer. Cabelos compridos, barriga á mostra e piercings. Podem variar entre os 12 e os 20 e tal anos, idade a partir da qual começam a vestir de forma mais discreta, evoluindo para o look hippy dos anos 70, mas mantendo sempre o umbigo à mostra e um ou outro piercing, ao qual já dão outra utilidade que não seja só para fazer pirraça às amigas. O objectivo de uma Barriguinha que se preze é ser a próxima Britney Spears ou Shakira. Isso fá-las dançar, que ao menos sempre é agradável de ver.
Em resumo bifes para todos, regados com Monsaraz parece-vos bem? A nós pareceu!

Take Four
2230H Tertúlia do Loureto

Acho que tudo começou com a noticia da substituição do Sexy Hot por um canal gay... Daqui saltamos para o novo governo, passamos pelo Freitas do Amaral, cantamos parabéns, discutimos a política imperial de Roma, interrogamo-nos pela razão do crescimento mamário da população jovem feminina, a nova crise China-Taiwan, fizemos o balanço do evento, pedimos bolo de aniversário e nada, comentámos o Corão, a Bíblia e o Código de Da Vinci, falamos dos hábitos pré-Islamicos de Árabes e Persas, da entrada da Turquia na UE, tornamos a falar do evento, cantamos mais uma vez parabéns (afinal eram duas festas!) dissemos mal do Bush, dos protestantes, dos católicos, dos muçulmanos e dos judeus em várias ocasiões, compensadas pelas vezes em que dissemos bem deles e da influencia de Kant e da Revolução Francesa no pensamento ocidental, apostamos quem é que a América vai invadir a seguir, pedimos a conta e saímos. a tempo de ainda ir beber um copo ao Pavilhão Chinês
Grupinho ecléctico, hein?...

Take Five
2400H Pavilhão Chinês
Estávamos no nosso cantinho a falar de um próximo evento que vai haver no Porto, quando ao nosso lado chega um grupo. Elas eram 4. As duas mais novas teriam 30, as outras 40. Uma delas tinha uma barriga muito interessante... (Não, não é um fetiche! Mas se está a vista, aprecia-se!) Eles os 3 eram espanhóis, dois vestidos á homem de negócios pós-laborar, o outro, de camisa branca era um típico COOL. Parecia que não se conheciam. Demoraram um bocado a sentar-se, elas dum lado eles do outro. Aquilo mais parecia um blind date em massa, mas onde ainda não está claro quem fica (se ficar) com quem... Os “empresários” contavam piadas para fazer conversa, as senhoras ouviam e sorriam quando deviam, o Cool, como é típico deles, já tinha escolhido o alvo: A da barriga á mostra, obvio!
Um Cool veste como se acabasse de chegar de um safari no Kenia ou de uma reportagem na Bolívia, sempre com ar de quem está prestes a partir para escalar o Atlas ou mergulhar no pacifico. Acessórios Camel e botas de caminhada são de riguer. Veste kaqui, branco, preto ou variantes destas cores. No fundo vai buscar a sua imagem aos exploradores dos filmes do Tarzan e ao Indiana Jones, mas a cheirar bem! Bebe sempre long drinks, que isso dos shots é para putos e alem disso não fica tão bem na mão quando se passeia pelo bar/ discoteca a controlar os alvos. Porque não tenham duvidas: O Cool é um dos maiores predadores que anda por ai! A mistura de ar exótico e obvia experiência torna-o irresistível a todas as mulheres que gostavam de poder acordar numa piroga em Bora Bora ou num mangal de Ceilão. Como não podem agarram-se a um Cool...
E este nosso Cool, já tendo escolhido a presa, restava-lhe estabelecer contacto. Os outros dois não estavam a ter grande sucesso, a avaliar pelas vezes que elas se levantavam para ir ver postais ou a decoração...
De repente, estava a mesa muito animada, um copo é derrubado sem que se tivesse percebido quem o deitou abaixo! Como já não tinha muito, pingou só um bocadinho para as calças da “barriga á mostra”, mas foi o suficiente para ela se levantar e querer sair. O cool obviamente ajudou-a, aparando-lhe as costas, afastando cadeiras, pedindo licença e desapareceram os dois em direcção a casa de banho...
Grande técnica! Eu disse-vos que um Cool é perigoso...
O resto não sabemos, fomo-nos embora, que amanhã era dia de trabalho e não queríamos chegar atrasados

Take Six
Mas o certo é que hoje eram quase 10H quando cheguei ao trabalho...Então porque é que me atrasei? Bem... Adaptando uma frase do Apocalipse Now eu diria que:
- I love the smell of sex in the morning...It smell like... Love.

(Publicado originalmente a 18/03/2005)

sexta-feira, maio 12, 2006

Os Escorpiões



Os Escorpiões irritam-me!
Sempre com aquele ar de quem sofre muito por fazer mal aos outros,
“- Dei-te um murro? Ai desculpa... Sou escorpião... Não posso fazer nada...”
Estragam a vida deles e a vida dos outros e, em vez de assumirem que são mesmo sacanas e maus como as cobras (o que revelava coragem) ou de deixarem de ser malandros (o que revelava inteligência) preferem continuar com a pose da Gabriela: “Eu sou mesmo assim....Gabrieeeela”; (o que denota hipocrisia)
Um Escorpião faz-se (sim porque eles não nascem assim...) quando pela primeira vez ouve comentar “- Pois...È escorpião...” depois de ter feito merda. Como é? Então eu tenho uma razão socialmente aceite que desculpa tudo o que eu fizer? – pensa o nosso Escorpião. FIXE! Agora é fartar vilanagem!
E a partir daqui é vê-lo a enganar alegremente amigos, namoradas(os), professores, pais, etc, etc. Sempre para voltar para casa e pôr uma musiquinha triste, porque ficou deprimidinho com o que fez... Tadinho!
Por outro lado, o Escorpião é um condenado. Aprisionado neste esquema de ideias e na solidão que fez á sua volta, encarcerado numa armadura de falsa indiferença ou de frágil arrependimento, como continua a pensar que tudo não passa de um Karma de sofrimento, não percebe que há sempre uma escolha certa e que essa escolha é sempre sua.
Que o perdão é sempre possivel, que é sempre possivel não dizer uma palavra afiada, que é sempre possivel pensar no que as nossa acções provocam nos outros. Que há coisas que não temos o direito de fazer, por muito que nos apeteça.
Como não percebe, não se liberta. Por isso continuará só e amargurado até ao ultimo dos seus dias.
Até o Darth Vader teve melhor fim...